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RBA | Saúde e Economia – caminhos entrelaçados

Entenda por que a demora na vacinação pode estagnar recuperação econômica

No dia 10 de fevereiro, o administrador Mauro Kreuz, presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), já adiantava que sem a vacinação em massa, da população brasileira, não haveria recuperação econômica — a tempo de evitar prejuízos ainda maiores do que  aqueles já contabilizados até o momento. Além de demorar para negociar a compra do produto, o tempo mostrou que o Brasil escolheu um caminho equivocado, ao optar primeiro pela imunização de grupos minoritários, ao invés de priorizar a população economicamente ativa.

A opinião de Kreuz é compartilhada por renomados especialistas em negócios, reunidos em live, produzida pelas organizações Latin Trade e World Trade Center, e moderada pela professora da FGV (Fundação Getulio Vargas), Maria Tereza Fleury. Na ocasião, o representante da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Álvaro Pereira, classificou que a melhora da economia nacional vai depender de quatro fatores fundamentais: o controle da pandemia, vacinação, investimentos e reformas (política, administrativa e tributária).

Essa também é a opinião do administrador e professor universitário, Orlem Pereira de Lima. Segundo ele, o Brasil avançou ao realizar a reforma previdenciária, mas não poderá esquivar-se de realizar prontamente outras medidas, uma vez que suas ausências prejudicam o desenvolvimento econômico nacional.

Lima acredita que sem novos fenômenos sanitários, na proporção da atual, o país poderá levar de três a oito anos, combinados com cenário internacional favorável, para se igualar ao nível econômico anterior à pandemia. “Precisamos urgentemente analisar, redefinir e realizar medidas como a reforma tributária, há tempos esperada. Este será o maior estímulo para a economia seguir seu curso natural, em busca do desenvolvimento e competitividade pretendida”, analisa.

Burocracia

Embora a pandemia tenha pegado todos de surpresa, Lima acredita que o fenômeno sanitário mostrou a grande fragilidade que o Brasil possui, em razão do excesso de burocracia. Ele ressalta o fato de as vacinas só poderem ser compradas após aprovação da Anvisa, o que demorou cerca de três meses.

Em termos de comparação, para ganhar agilidade, países da América Latina (como México e Argentina) e da Europa (Bélgica e Grécia) solicitaram relatórios de países cujas agências de saúde são respeitadas internacionalmente, e que já tinham feito análise das vacinas, para ganhar tempo e agilizar a compra dos imunizantes. A saída evitou milhares de mortes e acelerou o processo de pedido junto aos fabricantes.

“A gestão pública, em geral, há muito tempo que precisa ser melhorada, pois a maior parte da estrutura é enorme e também ineficiente. Ou seja, gastamos muito dinheiro e obtemos poucos resultados, ao oferecer poucos serviços para a população e ao contribuinte”, analisa.

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Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA