Na época da Idade Média, Veneza foi considerada uma das principais repúblicas marítimas italianas, com uma posição estratégica no Mediterrâneo e que fomentou o comércio com o Oriente. A cidade italiana é um exemplo de sistema logístico eficiente, com práticas usadas desde mais de 500 anos até os dias atuais.
Transportando mais que especiarias e condimentos, Veneza levou planejamento, previsões, contratos e processos para a modernidade. Essas repúblicas marítimas investiram na tecnologia naval, nos instrumentos de navegação, entre outros, e conseguiram propagar conhecimentos e habilidades.
Desde a Idade Média, a Administração agia silenciosamente nos bastidores dos barcos: todas as viagens eram devidamente registradas, organizadas e roteirizadas. As decisões eram feitas a partir dos dados da época, que atualmente seriam os relatórios logísticos, considerando informações como o fenômeno das marés, riscos de navegação, as estações do ano, etc.
Na logística da época, os conceitos de lead time, eficiência operacional e previsão de demanda já eram aplicados, mesmo sem ter as definições desses princípios firmados iguais ao que são ensinados nos dias de hoje.
Alguns pilares da gestão de riscos logísticos também foram utilizados na cidade italiana por causa da ameaça de piratas, naufrágios e guerras. Esses indícios inspiraram a criação de seguros marítimos, protocolos para garantir as entregas, e padrões de carga.
Outro exemplo de como a Administração se faz presente em Veneza são os armazéns chamados de ‘Fondacos’, de origem árabe. Eles eram mais que estabelecimentos depositantes e possuíam gestão desde a entrada até a saída de produtos. Hoje, os processos dos ‘Fondacos’ se equiparam à cadeia de suprimentos, usando fundamentos de triagem, negociação, controle e inspeção, além de registros padronizados das etapas.
Seja entregando valor, prevendo cenários ou coordenando recursos, a boa gestão ainda é muito valorizada. Agora, em 2025, os navios, processos, canais e sistemas estão modernizados e evoluídos, mas o fundamento, que é a base de tudo, continua sendo a Administração.
Ana Clara de Lima
Estagiária de jornalismo, sob supervisão de Ana Graciele Gonçalves.
Assessoria de Comunicação CFA
