Brasília segue sendo palco de reflexões que desafiam o presente e redesenham o futuro. No segundo dia do XIX Fórum Internacional da Administração, o painel “Fronteiras do possível: gerações, inteligência artificial e pessoas” trouxe à tona questões que unem tecnologia, valores humanos e o papel das novas gerações na construção de um mundo em constante transformação. O CRA-ES acompanha de perto cada detalhe dessa discussão, reforçando seu compromisso com a atualização e o debate sobre os rumos da Administração.
O deputado distrital Manzoni abriu a conversa com uma provocação que fez a plateia refletir: “Todo ser humano é governado por seu sistema de crença. Mas, em algum momento, passamos a ser governados por dados e algoritmos”. Ele lembrou que a vida é um pacto entre gerações, um elo que carrega tradições e virtudes testadas ao longo do tempo. “Hoje nos deparamos com uma geração que quer apagar tudo. Mas não podemos seguir assim. Precisamos honrar o passado e reconhecer o valor do que foi construído até aqui”, afirmou, destacando que as imperfeições sociais são corrigidas com o tempo e que cabe a cada um de nós construir um legado para quem virá depois.
O Administrador Celso Leonardo trouxe outro ponto crucial: o poder dos conteúdos produzidos na internet. “Hoje, eles determinam decisões no mundo, muitas vezes sem verificação prévia”, alertou. Essa realidade exige novas habilidades e impõe desafios gigantes ao mercado de trabalho. Profissões vão desaparecer, sim, mas outras surgirão, conectadas e integradas à tecnologia. Para Celso, o profissional da Administração será cada vez mais valorizado nesse cenário, justamente por sua capacidade de lidar com complexidade e adaptação.
A especialista em Gestão da Tecnologia, Inovação e Neurobiologia Humana Aplicada às Organizações Beatriz López encerrou o painel com uma reflexão sobre a essência humana. “Os seres humanos são muito mais complexos do que as redes sociais”, disse, chamando atenção para a necessidade de realismo nas relações profissionais. “Precisamos considerar as pessoas pelo que sabem fazer, e não pela idade ou pelos títulos que carregam. Muitos têm títulos, mas não sabem fazer”, concluiu, arrancando aplausos da plateia.
O debate mostrou que, diante da inteligência artificial e das mudanças geracionais, o futuro não será apenas tecnológico, mas profundamente humano. Honrar o passado, valorizar competências reais e preparar-se para um mercado em mutação são passos indispensáveis para quem deseja não apenas sobreviver, mas liderar essa nova era. E o CRA-ES, presente na cobertura do FIA, reforça seu papel como ponte entre conhecimento e prática, acompanhando de perto as fronteiras do possível que começam a se desenhar hoje.
Jornalista Márcia Menezes | Assessora de Comunicação
