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Lições das perícias cibernéticas reforçam segurança digital no Sistema CFA/CRAs

Uma manhã dedicada à troca de conhecimento para enfrentar os desafios digitais contemporâneos. Assim foi a quarta-feira (29), quando o público acompanhou uma palestra sobre segurança digital no plenário do Conselho Federal de Administração (CFA), em Brasília.

Os palestrantes convidados, dois peritos cibernéticos, mergulharam no universo da segurança digital, destacando o crescimento exponencial de golpes digitais, fraudes e invasões de dados corporativos e os desafios enfrentados pelas autoridades na investigação de crimes cibernéticos.

“Infelizmente, o Telegram é, no Brasil, uma das maiores ferramentas de disseminação de conteúdo pornográfico. E não só isso. A gente está falando de conteúdo metopornográfico também. É conteúdo que envolve crianças e adolescentes. Exposição delicada e crítica”, alertou.

Além de evidenciar os principais riscos do ambiente virtual, as experiências reais do trabalho pericial mostram como os aprendizados das investigações podem ser aplicados por qualquer cidadão para se proteger e proteger os familiares no ambiente virtual.

“Recentemente, nós percebemos um caso muito sério. Crianças de uma mesma faixa etária, da mesma escola, foram inseridas, propositalmente, em grupos do WhatsApp. Nesses grupos, o conteúdo pornográfico era disseminado e as crianças eram ameaçadas a não comunicarem isso para os pais. Uma dica: de vez em quando, monitore o uso do WhatsApp e do Telegram das suas crianças”, recomendou o perito criminal.

Com o WhatsApp entre os maiores alvos de ataques cibernéticos para disseminação de malware e instalação de aplicativos espião, os dados corporativos também estão mais expostos. Nesse contexto, a apresentação mostrou alguns comportamentos comuns de usuários que colocam a segurança da informação das empresas e instituições em risco.

“Usuários que podem instalar aplicativos e programas, por exemplo. De repente, quer baixar o Office para mexer num PowerPoint, mas está caro, e baixa um crackeado ( cópia hackeada sem assinatura). Isso pode comprometer um computador que tem dados sensíveis da empresa”, pontuou o outro especialista.

Por isso, o especialista recomenda que os poderes administrativos de equipamentos cedidos pelas empresas sejam concentrados em profissionais com conhecimento de informática, o que ele chama de “princípio do privilégio mínimo”. Outro cuidado apontado foi quanto ao uso de pendrives ou HDs que podem ter sido infectados em máquinas sem antivírus.

A exposição de cookies, instrumento de autenticação para alguns serviços, enquanto navega em streamings com a conta da empresa logada, também foi citado como ponto de atenção.

“Terminei o meu trabalho, não vou acessar mais nada, não vou baixar, não vou usar nenhum aplicativo do conselho, não vou usar nada da empresa, criar uma rotina. Desativei minha VPN, o primeiro passo foi dado. Agora, faz o logout das suas contas corporativas, encerra suas sessões”, aconselhou o perito cibernético.

Com as boas práticas de proteção, como o uso de autenticação multifatorial, atualização constante de sistemas e senhas seguras, os especialistas provam que é possível minimizar os riscos dos diversos tipos de vulnerabilidades cibernéticas.

Na avaliação do diretor Administrativo e Financeiro do CFA, Adm. Francisco Costa, essa educação digital sobre uso consciente das tecnologias para o enfrentamento dos desafios digitais contemporâneos deve reforçar ainda mais a segurança cibernética dentro do Sistema CFA/ CRAs.

“A gente investe em tecnologia, em processo para tentar implementar a cultura. E isso vai passar por cada um de vocês, na casa de vocês, inclusive, quando usarem a rede do CFA. Vamos investir cada vez mais, mas sem a colaboração de cada um, inclusive, de corroborar com todas essas práticas internas aqui dentro do sistema, a gente não vai conseguir atingir e ter essa segurança digital que precisamos”, lembrou o diretor.

Para o coordenador de Tecnologia da Informação do CFA, José Carlos de Araújo Ferreira, esse senso de responsabilidade compartilhada entre instituições e usuários impacta diretamente na segurança do público externo.

“Esse rol de conhecimento, apreendido por meio de casos reais, dotam os colaboradores a assumirem um padrão de comportamento mais seguro no tratamento do principal ativo da autarquia, suas próprias informações e, principalmente, as informações dos registrados, que são o público externo que mais interage com o Sistema CFA/CRAs”, destacou.

Com o espaço de debates e interação dos participantes com os peritos em uma sessão de perguntas e respostas, a palestra sobre segurança digital reforçou o compromisso do Conselho Federal de Administração com a formação e a atualização dos profissionais de administração frente às novas demandas tecnológicas.

Obs.: os nomes, bem como as instituições dos palestrantes, foram mantidos em sigilo para preservar a identidade das fontes.

 


Assessoria de Comunicação CFA