As mulheres empreendedoras ainda recorrem ao papel e à caneta para gerenciar seus negócios, segundo a pesquisa O Corre do MEI, da plataforma MaisMei. O estudo, de 2024, revela que 51,06% das microempreendedoras preferem anotar vendas e despesas de forma manual. Só 18,51% utilizam planilhas eletrônicas. O dado chama atenção justamente no mês em que se celebra, em 19 de novembro, o Dia do Empreendedorismo Feminino.
De acordo com o levantamento, as mulheres já representam 43,7% dos Microempreendedores Individuais (MEIs), consolidando uma presença cada vez mais expressiva no mercado. No entanto, a preferência por métodos tradicionais de gestão revela um desafio: a resistência à digitalização ainda limita a adoção de ferramentas financeiras mais modernas e acessíveis.
“Muitas empreendedoras encontram na escrita manual uma forma de manter o controle e a proximidade com o próprio negócio. É uma ferramenta de confiança, especialmente em um contexto em que o acesso a soluções digitais ainda é limitado ou pouco acessível”, analisou a Admª. Marília Tavares Pereira Ridolphi, diretora Administrativo-Financeira do Conselho Regional de Administração do Espírito Santo (CRA-ES). Para ela, essa escolha não deve ser vista apenas como atraso tecnológico.
A pesquisa aponta ainda que controle e organização financeira (13,02%) e acesso a financiamento (12,97%) estão entre as principais demandas das MEIs. “Os números reforçam a importância de políticas e programas voltados à educação financeira e digital, para que as mulheres possam administrar seus negócios com mais autonomia e sustentabilidade”, completa Marília.
Jornalista Márcia Menezes | Assessora de Comunicação
