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Diversidade e inclusão pautam debate sobre liderança feminina no EEPA 2025

Com Admª. Ana Carolina Julio e Gabriel Raposo. Mediação da Admª. Ana Paula França


A representatividade das mulheres nos espaços de decisão e a importância da diversidade como estratégia organizacional foram os principais temas do painel “Diversidade e Inclusão: A Força do Gênero na Liderança e na Gestão”, realizado durante o Encontro Estadual de Profissionais de Administração (EEPA 2025), promovido pelo Conselho Regional de Administração do Espírito Santo (CRA-ES) em parceria com o Conselho Federal de Administração (CFA).

Mediado pela Admª. Ana Paula França, empresária e mentora reconhecida por sua atuação em empreendedorismo feminino, o debate contou com a participação da Admª. Ana Carolina Júlio, diretora de Pesquisa e Novos Negócios do Hub Base27; e de Gabriel Raposo, gerente global de Cultura e Diversidade.
O painel abordou os desafios enfrentados por mulheres no mercado de trabalho e destacou a necessidade de repensar os modelos de gestão para acompanhar as transformações sociais e econômicas. “É preciso mudar o modelo de gestão de negócios para atender as novas dinâmicas da sociedade. Diversidade e inclusão não são pautas paralelas, são centrais para a sustentabilidade das organizações”, afirmou a mediadora Ana Paula França.

Durante o debate, Ana Carolina Júlio apresentou dados de uma pesquisa de mais de 20 anos de coleta de dados sobre identidade e gênero nas organizações, intitulada “Mulheres nos Negócios”. Ela destacou que, embora as mulheres representem 59% das matrículas no ensino superior, apenas 28% ocupam cargos de liderança no país, e menos de 7% são mulheres negras em posições de CEO. “O avanço das mulheres na liderança ainda é um processo lento e frágil. Diversidade não é sobre benefício, é sobre estratégia. As empresas precisam criar condições reais para que essas profissionais possam acessar o mercado e se desenvolver”, ressaltou Ana Carolina.

Já Gabriel Raposo destacou que a maior dificuldade hoje é promover a presença feminina em setores historicamente masculinos, como o da mineração. “Nosso objetivo é garantir que cada pessoa se sinta respeitada e incluída. Diversidade só gera resultado quando existe segurança psicológica. Grupos diversos sem esse ambiente acabam se chocando internamente, e isso impede o avanço coletivo”, observou.

Entre os pontos discutidos, o painel também abordou a chamada ‘economia do cuidado’, conceito que evidencia o impacto da sobrecarga doméstica e do cuidado com filhos e familiares na trajetória profissional das mulheres. “Enquanto o trabalho de cuidado não for reconhecido como parte essencial da economia, continuaremos vendo mulheres com alta qualificação fora do mercado formal”, pontuou Ana Paula França.

Para o presidente do CRA-ES, Adm. Flávio Celso Santos Rosa, o debate reafirma o papel da Administração como promotora de equidade e transformação social. “Discutir gênero e liderança é tratar da essência da boa gestão: pessoas. A diversidade amplia a capacidade estratégica das organizações e fortalece o compromisso ético que sustenta a Administração como ciência e profissão”, destacou o presidente.

O EEPA 2025 integra a programação comemorativa dos 60 anos da regulamentação da Administração no Brasil, com o tema “Legado, Inovação e Conexões Humanas”, reunindo profissionais e especialistas para refletir sobre o futuro da gestão e o papel social do profissional da Administração.

Márcia Menezes | Assessora de Comunicação CRA-ES