No momento, você está visualizando Gestão condominial exige técnica e empatia, alertam palestrantes no XIX FIA 

Gestão condominial exige técnica e empatia, alertam palestrantes no XIX FIA 

Entre arranha-céus que redesenham o horizonte das cidades, surge um desafio que não cabe apenas nos elevadores: como gerir espaços cada vez mais complexos e coletivos? No XIX Fórum Internacional da Administração, o painel “Cidades verticais, desafios horizontais: o futuro da gestão condominial” trouxe respostas para um mercado que cresce rápido e exige mais do que soluções técnicas, pede inteligência humana. O CRA-ES, presente na cobertura do evento, acompanhou de perto essa discussão. 

Thacio Leonardo, síndico profissional desde 2016 e consultor técnico no Ministério da Saúde, contou que chegou à função por acaso, mas aprendeu que improviso não sustenta gestão. “Para quem quer atuar na área, é importante uma formação técnica. Recomendo Administração para quem deseja trabalhar de forma intencional”, afirmou. Segundo ele, é um mercado aquecido, que exige não só conhecimento, mas também habilidades interpessoais. Sobre tecnologia, Thacio reconhece avanços, mas alerta: “Uso inteligência artificial para monitoramento, mas o morador ainda prefere o contato direto com o síndico. A notificação por IA não é bem aceita”. 

Cristiano de Souza, advogado e consultor jurídico condominial há mais de 30 anos, trouxe uma perspectiva global que surpreendeu: “Em Macau, na China, para administrar um condomínio é preciso passar em concurso público e renovar a cada dois anos”, contou, destacando a seriedade da função. Para ele, a gestão condominial não vai regredir, pelo contrário, será cada vez mais coletiva. “Por mais evolução que exista com inteligência artificial, o fator humano é insubstituível”, afirmou. Com cidades crescendo verticalmente, haverá sempre espaço para profissionais preparados. 

O moderador Inácio Guedes, Conselheiro Federal de Administração e Diretor da Câmara de Eventos e Promoções do CFA, reforçou a importância da profissionalização. “A gestão condominial no Brasil precisa ser técnica, não intuitiva. Esse é um desafio que deve ser assumido por administradores”, destacou. 

O painel deixou claro: por trás das torres que desenham o futuro urbano, existe um universo que exige conhecimento, ética e empatia. Tecnologia ajuda, mas não substitui a relação humana. E o CRA-ES, presente no XIX FIA, reforça que a Administração é peça-chave para transformar esse mercado em um espaço de inovação e convivência sustentável. 

 

Jornalista Márcia Menezes |Assessora de comunicação